Hélio Pólvora – fotos de Vinícius Xavier interferidas por Mirdad
A Coleção Hélio Pólvora, uma realização da editora baiana Casarão do Verbo lançada em outubro de 2013, surgiu da sede de um leitor fã. Tinha lido a seleção de André Seffrin que saiu pela Global em 2011, e ansiava por conhecer os livros de contos de onde o crítico selecionou os quinze dessa edição, só que eles estavam fora de catálogo. Como assim? Hélio Pólvora, o melhor escritor baiano vivo, com livros indisponíveis (só em sebos ou emprestados ou os mais novos)?
Idealizei então o projeto da coleção, com cinco livros sensacionais de contos: "Estranhos e assustados" (1966), "Noites vivas" (1972), "Massacre no km 13" (1980), "O grito da perdiz" (1983) e "Mar de Azov" (1986).
O mestre Hélio topou e revisou os cinco em tempo recorde, numa grande dedicação, em meados de 2012. E a produtora Edmilia Barros formatou o projeto e a editora inscreveu no edital. Ganharam com louvor. Ganhamos todos. E neste post, você confere as pílulas dessa preciosa, referencial, indispensável coleção de 39 contos do grande Hélio Pólvora, imortal.
"Estranhos e assustados"
(Casarão do Verbo, 2013)
Hélio Pólvora
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"Distâncias significam chamados. E ai de quem não os atender: ficará sob forma de pendência, pelo resto da vida, o caminho que não foi trilhado, a chegada que não se consumou"
"No mundo de 'Estranhos e assustados' convivem o real e o fantástico, a transcrição do espaço regional e a sua transfiguração no plano do mito que justifica e ilumina a humana existência" – Flávio Loureiro ChavesHélio Pólvora
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"Distâncias significam chamados. E ai de quem não os atender: ficará sob forma de pendência, pelo resto da vida, o caminho que não foi trilhado, a chegada que não se consumou"
Contos: "Adamastor" | "Durango Kid"* | "Memorial da débil tropa" | "O suplício de Papa-Mel" | "Ninguém está inteiro" | "Composição sobre a ilha" | "Os visitantes" | "O homem e o gato" | "Miss Baby" | "No mar da Bahia" | "Meus coelhos selvagens"*
* Títulos originais: "No peito o motor" | "História em que entra coelho"
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"Noites vivas"
(Casarão do Verbo, 2013)
Hélio Pólvora
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"Que é, afinal, um filho?, pergunto à minha braguilha, à cinza do meu cigarro. Um filho, me responde o remoto suco que percorre minhas glândulas, é apenas uma manifestação de orgulho"
"Sem alarde e sem cornetas, vai esse mestre do conto brasileiro cultivando, com mão paciente e perita, sua bem cuidada lavoura. 'Noites vivas', uma inventoria inigualável de 176 páginas, não será apenas um grande livro deste tempo ou de determinado momento. Será de todos os tempos e de todos os momentos, pois veio com a marca da longa vida. Ou melhor, com passaporte visado para a eternidade" – José Cândido de CarvalhoHélio Pólvora
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"Que é, afinal, um filho?, pergunto à minha braguilha, à cinza do meu cigarro. Um filho, me responde o remoto suco que percorre minhas glândulas, é apenas uma manifestação de orgulho"
Contos: "Noivado" | "Casamento" | "Filho" | "Romão e seus irmãos" | "O busto do fantasma" | "Justino de Palestina" | "Turco" | "Moldávia" | "Rumba Dancing Days" | "A visita do barão"
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"Massacre no Km 13"
(Casarão do Verbo, 2013)
Hélio Pólvora
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"Prefiro a lucidez que me corrói e me dilacera e me engrandece"
"Sendo marcadamente um intelectual, Hélio Pólvora não esfria o texto com sua experiência de leitor e pensador requintado, como sucede com tantos intelectuais que se atiram à ficção. Sua narrativa é fluente, solta. Entregando-se à linguagem da paixão, cultiva ainda a paixão da linguagem, na expressão de Octávio Paz. E não será esse o alvo do escritor no seu duro ofício?" – Lygia Fagundes TellesHélio Pólvora
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"Prefiro a lucidez que me corrói e me dilacera e me engrandece"
Contos: "Morcegos" | "Namoro no sofá da sala"* | "Massacre no Km 13" | "O vampiro de Salvador"* | "Menina sentada no meio-fio" | "Almoço no Paglia e Fieno" | "O outono do nosso verão" | "A velha Joana" | "Três da manhã" | "O regresso"
* Títulos originais: "Moça namorando no sofá" | "O homem do canivete"
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"O grito da perdiz"
(Casarão do Verbo, 2013)
Hélio Pólvora
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"(...) o azul estava em tudo, cercando a gente como água. Apenas a gente, por estar dentro, como num aquário, não percebia o azul. Esse azul somente se adensava e se condensava a distância"
"São quatro histórias poderosas em que se mesclam a força telúrica, o misticismo agreste, o erotismo e a violência, numa linguagem de impressionante beleza (...) É uma obra-prima universal" – Fausto CunhaHélio Pólvora
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"(...) o azul estava em tudo, cercando a gente como água. Apenas a gente, por estar dentro, como num aquário, não percebia o azul. Esse azul somente se adensava e se condensava a distância"
Contos: "Além do mundo azul" | "O demônio no vale"* | "Bicuíba: uma biografia" | "O grito da perdiz"
* Título original: O arrenegado
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"Mar de Azov"
(Casarão do Verbo, 2013)
Hélio Pólvora
"'Mar de Azov' é constituído de quatro narrativas, que se desenvolvem no Sul da Bahia (...) Hélio Pólvora nos dá mais uma vez, nestes contos, uma amostragem do contista moderno dotado de amplos recursos narrativos, sensibilidade apurada e imaginação privilegiada (...) De seu estilo impressionista escorrem as verdades essenciais do ser, filtradas das correntes subterrâneas, solidões e desencontros, por vias e arredios das perplexidades" – Cyro de MattosHélio Pólvora
Contos: "Mar de Azov" | "Zepelins" | "Começo de vida" | "Ninfas, ou a idade da água"*
* Título original: As dríades
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