Posfácio do livro de poemas Nostalgia da lama (Cousa, 2014), de Emmanuel Mirdad. O lançamento será em maio:
Emmanuel Mirdad, jovem que se diz nascido em outubro de 1980, instante datado pela convenção dos homens, nos apresenta seus poemas psicodélicos sobre o cotidiano, que nos habituamos a chamar de realidade. Às vezes são murmúrios leves, às vezes são gritos, urros, dores lancinantes, como uma faca atravessando a nossa ilusória mente que, num desvairado vai e vem, nos leva aos píncaros do êxtase, para despencar nas profundezas do inferno dantesco.
Emmanuel Mirdad faz parte de uma vanguarda que tenta mostrar aos viciados intelectuais de paletó e gravata, que se comunicam numa linguagem e formas paralíticas, que um novo dizer já é presente, nesse misterioso mundo em que os homens, como fenômenos passageiros, apenas olham e não o veem, como partícipes ou testemunhos do seu grandioso enigma, exigindo, portanto, uma linguagem enigmática aflorando as ideias singulares, e não apenas meras palavras como algaravia de papagaios em bandos.
Ildegardo Rosa (1931-2011)
Mestre Dedé, o pai poeta de Mirdad
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